Sucatas do Século Vinte
Os meus esforços reconhecidos
Ao menos isso.
São poemas esquecidos e livros interminados.
Textos e poesias que jamais serão lidos.
Escrevo somente por escrever, já que ninguém vai ler.
São palavras falsas, as ladainhas de um falso pastor,
Os muros e as grades da religião e o mundo não pára de girar.
As pessoas não param de se matar, o homem que a tudo Vê.
A TV.
Enquanto cresci em meio aos jogos dos vídeo games japoneses.
Acompanhei a evolução da tecnologia, a magia da modernidade. Se tivesse nascido no sertão do Sergipe, não teria nada disso, acúmulo sucatas do século vinte e a parafernália tecnológica obsoleta e sem valor, sem uso e sem satisfação.
Tenho diversos produtos que vieram comigo do século XX, para os moderninhos com suas novidades ultra-modernas, são apenas sucatas, mas para mim são fragmentos da história e prova da idiotice coletiva. O lixo dele tem serventia para mim.
O lixo do século passado, sou um ser ultrapassado, retrógrado e sem noção. Me julgam e me subestimam, mas as coisas sempre são assim. Todos sofrem com a irracionalidade humana, mesmo os seres mais escondidos e inacessíveis. A natureza humana é contra a Natureza real já que o homem pode viver solitário, mas não pode suprir sozinho suas necessidades, como respirar, se alimentar e produzir água.
Não sou eu, somos todos nós, estamos todos errados, um afetando o outro, nossos mortos preocupados com nossos vivos, que se preocupam com outros vivos. Se não consigo me manter sóbrio, ou normal, tenho que ficar dopado, tenho que ficar são.
Tenho que ser magro, estou muito gordo. As coisas nem sempre são como a gente quer, e muitas vezes temos que nos conformar e nos acostumar com elas. É sempre assim, um dia é bom outro dia é ruim. =]
Meu sorriso, preciso, indeciso e conciso.
Paradoxal, triexifinidil.
É uma merda catastrófica toda esta história da tecnologia do entretenimento do final do século vinte e toda essa parafernália obsoleta que restou como sucata de um século que produziu tantas invenções mirabolantes, a arte perdeu para a tecnologia, a tecnologia virou arte, e todas as artes aderiram à tecnologia, orgia literária, confusões musicais, áudio visuais.
Mas eles não me deixam em paz,
Que merda na vida se faz.
Do que o ser humano é capaz.
Você me surpeende sempre!
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