Sou a intempérie que ainda não ocorreu
Um desejo de apenas uma vida, banida de prazeres
A sentença do porvir e a inquietude de uma alma que morreu.
Posses e perdas, os danos da existência material
Vertiginosas quedas e os eternos movimentos
A natureza do ser e os erros inesperados
A inexatidão dos corpos, instáveis sentimentos,
A morte como esperança e a vida a semelhança
Das histórias e dos dias, das tristezas e alegrias
Dos temporais existenciais, chuvas de lágrimas
O calor escaldante das noites de Lua cheia, as cheias...
O mar agitado e uma imensa catarata,
A força das águas, floras indevastáveis
Fauna acuada e a ferocidade dos felinos
Sublimes ecossistemas incontáveis
As mãos que semeiam, os animais que semeiam
Espalham vida no deserto por perto
Escolhem a vida nos pólos inóspitos
Pois temem a ganância do homem mal e esperto.
Os males da vida e os bens da morte,
A continuidade e a humanidade por sorte
Declara uma guerra e narra uma história sangrenta
A dignidade de nascer e esta vida perder de uma forma nojenta.
Repugnantes atos e ações que tornam o ser incoerente
Neste êxtase extasiado me encontro anestesiado de sono
Sonhos que me recordam meus erros insanos
Qualquer coisa que faça não me livrará deste pensamento oxítono.
Medo do que não se pode esperar
Mostro o fim de uma réplica de vida concebida como ao acaso
Me atraso disposto a não mais encontrar
Perco o sentido e o horário, que em espanhol se llama el fracaso.
Soy una pedra, sou a inexistência.
Diante de uma vida de aparência.
Considero uma das minhas melhores poesias.
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