Google Imagens
São Paulo, 4 de junho de 2008
Eis que estou com vinte e sete anos e vivo na cidade, seu ar é poluído, as árvores estão morrendo e as pessoas também. Resisto numa vida sem sentido, mas tenho que suportar esta pequena tormenta pois os dias clássicos virão.
Tenho idéias e vontades diferentes, a minha imaginação me satisfaz. Ao menos conheço o mundo e suas catastróficas cenas pelas imagens das telas. Sonho com todas as mulheres e não sonho com nenhuma, eu tenho todas e não possuo nenhuma, sou alvo das minhas idéias vãs. Fim dos tempos e novos ajustes o mundo se incomoda e ataca quem o agride.
Meu mundo em ruínas esperando tudo isso passar, elas pensam em mim, ela pensa e eu penso mais ainda. Estou zoado, mais zoado do que eu queria. E estou assim por que eu quis, eu fiz algo para estar assim, eu não fiz nada.
Não sou escritor, não sei escrever, ninguém virá a ler isso e eu preciso ler mais.
São dias de extrema sensação de problemas e a solução é mais simples do que parece.
Não sei de tudo o que acontece, eis o problema.
Não preciso saber tudo, esta é a solução.
Sem problemas, sem soluções para tantos problemas.
Aumentando a cada dia.
O que mais o aturdia era a vontade de voar.
Ganhar o pão, não quero pão.
Um espaço e faço algo para comer.
Um teatro da tragédia, a tragédia humana neste palco da vida.
Sou um ser otário copiando outros humanos e movido pela idiotice que me faz me auto destruir com tudo. O verdadeiro sentido da vida é viver e viver da melhor forma possível.
Tenho que estudar, tenho que me concentrar e decidir o que realmente quero.
Fui contaminado com o vírus da raiva canina do centro da cidade suja.
No fim da tarde, da passeata na América Latina, sou América Latina e pretendo conhecer toda a América do Sul.
Retardos mentais auto-conscientes e vidas mantidas por simples depreciação.
Veremos o que acontecerá, com o mundo, com os Nardoni, que na atualidade se encontram encarcerados enquanto aguardam o julgamento. Vários fatos medíocres estão acontecendo e nem compensa comentar. Me controlo de alguma forma mas esta forma não é a mais correta, acontecem fatos ridículos e um jogo da final no Morumbi. Estas palavras são vãs, é gol, é Corinthians e alguns fogos de artifício. Tudo conectado ao vivo, em tempo real.
É a modernidade ilusória, real e virtual, ritual de inverno, mas ainda é outono.
Com certeza critico e sou criticado. Escrevo tanta insensatez e nada aqui tem vez.
Espero escrever ainda este mês, dia dos desgraçados. Namorados e outro gol.
Penso em tudo e não penso em nada, não sei mais o que escrever neste início de madrugada. Noite terrível. Noite linda, a tempestade e a Lua.
Escrevo apenas sobre o que eu vejo na rua.
Trecho retirado do livro São Paulo - Diário Urbano